Esses trabalhos devem terminar amanhã. Em seguida, o material será encaminhado à Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), que irá verificar os resultados e homologar a nova fundura. Confirmados os 15 metros, a BTP estará autorizada a operar navios de grande porte.
Enquanto os dados forem analisados pela Marinha, segundo a Codesp (a Autoridade Portuária de Santos), a Van Oord Operações Marítimas, responsável pela dragagem, iniciará de imediato o serviço nos acessos aos berços da Ilha Barnabé, na Margem Esquerda do cais santista. Isto porque o contrato da empresa prevê as obras nos acessos a todos os novos pontos de atracação daquela região, o que inclui também os berços da ilha. A estimativa da estatal é que os trabalhos sejam concluídos em 75 dias.
A conclusão da dragagem nos acessos aos berços da BTP é um dos fatores que impedem as operações do terminal em sua capacidade plena. Desde o mês de agosto, a instalação vem recebendo embarcações de médio porte e que não podem ser carregadas em sua totalidade.
Com duas escalas semanais, os navios que atracam na BTP não podem ultrapassar os 277 metros de comprimento e 11,2 metros de calado. Iniciar os trabalhos desta maneira foi a alternativa encontrada pela BTP para evitar que a instalação ficasse ociosa desde quando foi expedida a Licença de Operação pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em julho.
A obra de dragagem nos acessos aos berços demorou para começar devido a uma disputa na Justiça. Tudo começou em junho último, quando a Codesp questionou a utilização de um equipamento da Van Oord, empresa vencedora do processo licitatório para a execução do serviço. Em seguida, após uma reavaliação técnica, a estatal voltou atrás e decidiu aceitar a utilização da draga.
No entanto, uma ação popular fez com que os trabalhos fossem adiados. A alegação era de que a draga utilizada pela Van Oord causaria danos ao meio ambiente.
Dois meses depois, a juíza federal Alessandra Aranha, de Santos, autorizou o início dos trabalhos de dragagem, após ponderar as perdas causadas pela demora na execução do serviço. Um parecer do Ibama também embasou sua decisão.
Mas a magistrada ordenou que a draga fosse substituída por uma embarcação com um sistema de lâmina de arrasto (plough), cuja função restringe-se apenas a facilitar e auxiliar o escorregamento dos sedimentos. A primeira draga ficou responsável pelo transporte do material.
BTP
Procurada, a BTP informou, através de sua assessoria de imprensa, que recebeu “com satisfação a proximidade de conclusão desse trabalho pela empresa contratada pela autoridade portuária”.
O terminal também comunicou que aguarda, agora, a conclusão dos trabalhos da dragagem de aprofundamento do Trecho 4 do canal do Porto, região que engloba a área em frente à Alemoa. O término dos serviços, sob a responsabilidade da Secretaria de Portos, está previsto para o fim deste mês, segundo a SEP.
A BTP ainda destacou que é necessário completar a dragagem da bacia de evolução, cuja Licença Ambiental de Instalação (LI) já foi concedida à Codesp. Somente com essas medidas completas, a empresa poderá dar início a suas operações em plena capacidade, tendo condições de receber simultaneamente três navios com capacidade para 9.200 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) cada.
Fonte: A Tribuna