Trabalhadores de 14 dos 24 portos sob administração pública no País estão com as atividades paralisadas na manhã desta sexta-feira, conforme informações da Federação Nacional dos Portuários (FNP). A estimativa é de que ao menos 5,5 mil trabalhadores ficarão sem trabalhar durante seis horas – das 7 às 13 horas. O porto de Santos não aderiu à paralisação.
De acordo com a FNP, estão com as atividades suspensas os portos de Paranaguá (PR); Salvador, Ilhéus e Aratu (Bahia); Rio de Janeiro, Angra, Niterói e Sepetiba (RJ); Maceió (AL); Vitória (ES); Natal (RN); Belém e Vila do Conde (PA); Recife (PE).
Segundo a FNP, os atos de hoje são uma “advertência” ao governo federal para negociar as reivindicações dos trabalhadores. Além da greve parcial de hoje, os portuários estão programando para o próximo dia 30 uma paralisação de 24 horas, que deve contar com mais adesões, incluindo os trabalhadores de Santos.
Os trabalhadores reivindicam um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), a regulamentação das atividades da Guarda Portuária sem terceirização e que o Portus, previdência complementar da categoria, regularize o pagamento a beneficiários.
Conforme a FNP, em novembro a Secretaria de Portos apresentou uma proposta que permite a contratação de segurança privada para vigilância, mas a federação avalia que isso traria riscos aos portuários.
Sem adesão
A greve nacional não contou com a adesão de trabalhadores de Santos. Segundo Edilson de Paula Machado, primeiro-secretário do Sindicato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazia, nos Terminais Privativos e Retroportuários e na Administração em Geral dos Serviços Portuários do Estado de São Paulo (Sindaport), a situação dos trabalhadores no Município é distinta do restante do País.
“A situação nossa é diferente de outros portos. Temos algumas questões que já estão resolvidas”, afirmou Machado. Segundo ele, reivindicação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), por exemplo, “já está 100% resolvida para os portuários de Santos”.
Machado, no entanto, não descartou a participação dos trabalhadores no próximo ato que está sendo organizado pela FNP, previsto para acontecer na próxima quinta-feira. “Temos assembleia programada para o dia 27, aí a categoria vai decidir se vai aderir a essa paralisação do dia 30”, explicou.
De acordo com o sindicalista, uma das questões que os portuários de Santos ainda precisam resolver é a regulamentação das atividades da Guarda Portuária. “Esse tema nos interessa”, disse Machado.
O Sindaport representa cerca de 1.500 trabalhadores da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que é a administradora do Porto de Santos.
Fonte: A Tribuna