O desfecho das negociações envolvendo operários portuários (Sintraport), estivadores e o terminal portuário Embraport só deve ocorrer nesta quarta-feira, garantiu à Reportagem o advogado da Estiva, Marcelo Vaz dos Santos.
Nesta terça-feira, cerca de 100 trabalhadores foram para as ruas do Centro de Santos protestar contra a decisão da Embraport de carregar contêineres no navio Mercosul Manaus sem a presença de portuários avulsos.
Após a manifestação, o grupo chegou a pedir o apoio do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que, diante do conflito, decidiu intermediar as negociações.
Com a nova Lei dos Portos, em vigor desde o começo de junho, a Embraport pode chamar mão de obra própria para movimentar mercadorias. Mas estivadores e operários estão insatisfeitos.
Segundo o advogado da Estiva, os trabalhadores ficaram mais fortes na negociação após o indeferimento do interdito proibitório, ação que a Embraport tentou utilizar para impedir uma possível invasão de suas instalações.
A ação foi indeferida e julgada extinta pela 4ª Vara do Trabalho de Santos. “A Embraport teria uma vantagem se conseguisse. Estamos negociando com igualdade”, disse o advogado do sindicato.
Quanto ao não aproveitamento dos trabalhadores do Ogmo, o advogado disse que a Lei dos Portos garante a atividade dos estivadores como categoria diferenciada e a Embraport precisa negociar com os sindicatos.
Enquanto a negociação entre a empresa e os trabalhadores não for resolvida, o navio Mercosul Manaus não será carregado, garante o vice-presidente do Sindicato dos Estivadores, César Bahia. “Ele foi para a fila na barra. Avançamos bastante e teremos nova reunião amanhã pra quem sabe fechar acordo”.
Quem foi na mesma linha foi o vice-presidente do Sindicato dos Operários Portuários (Sintraport), Claudiomiro Machado. “Seguiremos negociando para manter os postos de trabalho e os ganhos”.
Em nota, a Embraport informa que desde o início do ano está negociando um Acordo Coletivo de Trabalho com a diretoria da Estiva, mas que a entidade recusou sistematicamente a proposta da empresa.
A Embraport esclarece também que, além de estar amparada pela nova legislação do setor portuário em suas negociações, permanece aberta ao diálogo e determinada a assegurar aos trabalhadores portuários as garantias trabalhistas legais da CLT.
*Com informações de Lucas Krempel e Bruno Rios
Fonte : De A Tribuna On-line