Até 4,8 mil trabalhadores que atuam na movimentação de contêineres aguardam novas propostas salariais.
Até 4,8 mil operadores de contêineres de três grandes terminais da Baixada Santista podem cruzar os braços caso não recebam novas propostas salariais das empresas, segundo o Sindicato dos Empregados Terrestres em Transportes Aquaviários e Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Settaport).
O caso mais urgente de acordo como presidente da entidade, Francisco Nogueira, é o do Ecoporto (Tecondi/Termares). Segundo o sindicalista, a empresa que teve data-base em janeiro não está disposta a pagar o retroativo e aumento real de salário e benefícios aos trabalhadores.
Em estado de greve, os operadores do Ecoporto podem interromper os serviços por 24 horas ou por tempo indeterminado ainda nesta semana. Uma assembléia será realizada amanhã para definir os rumos das negociações.
Os trabalhadores mantêm entre as reivindicações o reajuste salarial de 8,5%; vale-refeição para 6 horas de trabalho, no valor de R$ 18,00 e para 8 horas de trabalho de R$ 30,00; auxílio creche de R$ 250,00; adicional noturno de 50% das 19h00 às 7:00; vale transporte para quem ganha até R$ 1.6 mil, sem desconto.
De acordo com o Settaport, a empresa ofereceu uma proposta de reajuste salarial de 3,2% a partir de junho; aplicação da diferença para os 6,2% (INPC) no salário base de setembro (sem retroagir); abono de 40%, sobre o salário de dezembro de 2012; aumento de 10% no vale-refeição e nas cláusulas econômicas; plano médico de local para nacional.
O presidente do sindicato diz que os 1,1 mil operários do Ecoporto esperam que a atual administração mantenha a tradição de respeitar o retroativo na negociação. “Teve vez que fechamos em outubro e a empresa pagou o retroativo. Não pode ser diferente agora”.
LIBRA
Nogueira afirma que a Libra também vem fazendo jogo duro para chegar a um acordo com os operários. “A situação é a mesma do Ecoporto. Não querem acertar o retroativo, além de oferecer o reajuste dos salários e benefícios abaixo da inflação”.
O sindicalista acredita que o estado de greve só não foi decretado ainda porque a data-base da empresa ocorreu em março.
“Se não houver proposta nova, a situação pode mudar rapidamente. São cerca 1,2 mil operadores esperando um acordo”.
Ainda não há nenhuma assembleia agendada para votar um possível estado de greve na Libra, reforça o presidente da entidade.
SOLUÇÃO PRÓXIMA
De acordo com Nogueira, a Santos Brasil, que conta com 2,5 mil operários, é a única que sinaliza um possível acordo ainda neste mês. “A empresa se mostrou disposta a pagar o retroativo, aumento real salarial e nos benefícios”.
O Settaport realiza três assembleias nesta sexta-feira (manhã, tarde e noite) com os operadores da Santos Brasil na sede do sindicato em Guarujá, na Rua Antonio Monteiro da Cruz, 482, no Jardim Monteiro da Cruz.
Procurado por A Tribuna, o Ecoporto, por meio da assessoria de imprensa, informou que não vai se pronunciar e que mantém negociação com o Settaport. As outras duas empresas não se pronunciaram até o final desta edição.