Acompanhando de perto o trabalho das autoridades para evitar a formação de congestionamentos nos acessos ao Porto de Santos – e às cidades da Baixada Santista –, o secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, José Eduardo Lopes, vê o momento como uma “corrida contra o tempo”, já que restam somente dois meses até o pico da safra.
“O tempo é curto mas esperamos que isso de fato aconteça. Esperávamos que, a essa altura, o Governo já tivesse efetivado as ações necessárias para uma melhor gestão para a próxima safra. Mas ainda se ensaiam passos que poderão ser dados. Deveria estar tudo pronto, todo mundo sabendo como iríamos movimentar”, afirmou.
Certo de que o cenário é preocupante, Lopes defende maior fiscalização e punição. E garante que, realmente, é preciso melhorar. “Mais do que nunca, precisaremos de uma gestão eficaz, fiscalizar e punir aqueles que eventualmente não cumprirem com o agendamento, porque do contrário teremos um período de safra difícil somado ainda à Copa do Mundo”.
Produção
A atuação do Governo para garantir o escoamento da safra também é criticada por produtores. “A expectativa para a safra é boa, mas estamos com alguns problemas que não se resolveram da safra passada, como as questões de logística e armazenagem. A logística nunca melhora de um ano para o outro. Para essa (safra) agora, não tem nada”, disse o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Roger Augusto Rodrigues.
Para o representante dos produtores, recentemente, somente os portos foram beneficiados com investimentos. Porém, o caminho até eles ainda segue caótico. “As estradas continuam as mesmas, sobretudo, aqui dentro do estado. É terrível, abandono total”, destacou o empresário, apontando o volume de milho represado, devido a dificuldade de escoamento por falta de uma logística adequada.
As reclamações do diretor da Aprosoja são as mesmas de outros empresários e, sobretudo, de usuários de rodovias e moradores da Baixada. O problema é que as críticas devem perdurar, já que para o pico da safra, no primeiro semestre do próximo ano, não estão previstas grandes obras de infraestrutura.
Fonte: A Tribuna