Conquistar o espaço que era ocupado no mercado por uma de suas concorrentes, a Maestra Navegação, que anunciou o término de suas operações, e ainda conseguir a adesão de novos clientes. Estas são as metas para este ano da armadora Log-In Logística Intermodal, vice-líder no setor de cabotagem (o transporte de cargas entre os portos de uma costa ou região) no Brasil.
Atualmente, a companhia é responsável por cerca de 30% do transporte de mercadorias por cabotagem no País. Mesmo assim, segundo o presidente da empresa, Vital Lopes, ainda há capacidade para absorver os clientes da Maestra, que anunciou o encerramento de suas atividades em novembro passado.
“Temos capacidade para absorver. Só não podemos afirmar que conseguiremos manter os mesmos preços praticados pela Maestra. O importante, agora, é mostrar ao mercado como a cabotagem é um eficiente modal”, afirmou o presidente da Log-In.
Adquirir os navios da Maestra não está entre os planos da empresa. Isto porque a Log-In tem está renovando sua frota, com a construção de sete embarcações. Cinco delas já foram entregues e as outras duas serão lançadas neste ano. O Log–In Tucunaré será apresentado neste semestre e o Log-In Jequitibá, até dezembro.
Para conseguir ampliar a cartela de clientes, a empresa aposta nos serviços porta a porta. Para isto, os índices de cargas entregues no prazo já alcançaram a marca de 98%. Já as mercadorias entregues na hora marcada já ultrapassam a casa dos 70%.
“A ideia é apresentar a cabotagem como uma alternativa ao modal rodoviário. Para isto, reforçamos a necessidade de planejamento com confiabilidade e entrega no prazo”, destacou o diretor operacional da Log-In, Rômulo Otoni.
Metas
De acordo com Lopes, neste ano, a meta da armadora é ampliar a cartela de clientes. Atualmente, no Brasil, 200 novos empresários passam a utilizar os serviços de cabotagem a cada trimestre. São considerados novos clientes da cabotagem as firmas que nunca utilizaram a modalidade ou não embarcavam seus produtos para serem entregues em outros portos brasileiros há mais de 18 meses.
“Se a gente conseguir mostrar que a cabotagem é um bom serviço, a gente vai conseguir captar mais clientes”, afirmou Vital Lopes, destacando o grande volume de produtos industrializados produzidos na Zona Franca de Manaus que utilizam essa operação de transporte. Dentro deste mercado, a LG, fabricante de eletrodomésticos e eletrônicos, é uma das grandes clientes da Log-In.
As novas regras que determinam o descanso obrigatório de caminhoneiros após 11 horas de trabalho, o aumento do custo do frete rodoviário e a grande emissão de poluentes no transporte rodoviário (na comparação com outros modais) são fatores que fazem com que a Log-In aposte em números melhores para este ano. Os números esperados, ela não divulga, por ser uma empresa de capital aberto.
“O mercado em 2014, para nós, se ele não crescer nada, já vai ser muito bom. As expectativas de crescimento são boas porque não há nova oferta de navios”, disse o presidente da Log-In.
Os preços para movimentação de contêineres cobrados dos armadores caíram de 12% a 15% nos terminais do Porto de Santos. A maior concorrência no cais, com a entrada dos novos terminais de contêineres Brasil Terminal Portuário (BTP) e Embraport, forçou a diminuição, já que, com a maior oferta de capacidade, houve um remanejamento dos clientes entre as instalações. “Houve, sim, uma redução, mas nós ainda gostaríamos que ela fosse maior. Sempre queremos e brigamos por isso”, destacou Vital.
Mesmo assim, o executivo não descarta ampliar os volumes operados no Porto de Santos. Para isto, estuda uma migração de suas escalas para a Embraport, instalação localizada na Área Continental de Santos. “Há uma oportunidade de crescimento expressiva da Log-In usando a Embraport. Em 2014, se trouxermos esses serviços para cá, os volumes aumentarão muito”, afirmou Vital.
Tudo passa por preços e pela infraestrutura disponível, argumenta. “É questão de eficiência e preço. Na Margem Direita, já existe toda uma infraestrutura estabelecida. Na Margem Esquerda, além de não ter (essa infraestrutura), tem a questão do pedágio, que cobra por eixo”, disse o presidente da Log-In.
Fonte: A Tribuna