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Gigante norueguesa quer expandir negócios no país

O nome é complicado, mas o mercado de extrudados é considerado muito promissor no Brasil. Isso porque os fabricantes destes produtos, mais conhecidos como perfis ou esquadrias de alumínio, se beneficiaram do “boom” da construção civil no País nos últimos anos. O avanço chamou atenção da líder global no segmento, a norueguesa Orkla, que resolveu se unir à conterrânea Norsk Hydro para expandir suas atividades nos países da América Latina. A nova companhia, denominada Sapa Aluminium, tem como meta crescer 5% neste ano no mercado brasileiro, atingindo um faturamento de R$ 367,5 milhões.

“Já possuímos um terço dos mercados europeu e norte-americano. Agora vamos brigar para ampliar nossa participação no Brasil”, afirmou ao DCI o diretor administrativo financeiro da Sapa Aluminium no País, Roberto B. Silva. O executivo explica que a produção da empresa será feita através de uma planta extrusão já existente em território nacional, a antes Norsk Hydro Acro, em Itu (SP). A gigante do alumínio também possuía uma unidade de extrudados na Argentina, que se tornou Sapa.

Apesar do mercado brasileiro ser competitivo, com dezenas de players, a Sapa afirma vir trabalhando já há algum tempo a 100% de sua capacidade, prova da alta demanda no segmento. Porém, a tarefa da companhia de ganhar participação não será fácil, diante da grandeza das líderes Companhia Brasileira do Alumínio (CBA, do grupo Votorantim) e Alcoa.

“Já estamos entre as cinco maiores do País. O fato de agora fazermos parte de um grupo global de extrusão, com acesso a tecnologias de ponta, é uma vantagem”, afirma Silva. A nova prensa custou um investimento total de R$ 70 milhões para ser instalada em um novo galpão dentro da planta de Itu. De acordo com o diretor da Sapa, a tecnologia e dimensão do equipamento poderão oferecer à empresa a capacidade de fornecer ainda mais para o setor de transportes (carrocerias de caminhões e ônibus), que demandam perfis com diâmetros maiores.

Por possuírem custo muito inferior ao do alumínio, as matérias-primas aço e madeira ainda são as mais utilizadas na fabricação de implementos rodoviários. Porém, Silva acredita que esse quadro pode mudar à medida que os empresários perceberem o custo-benefício do alumínio. “A grande vantagem deste negócio é ganhar capacidade de transporte de carga, pois o alumínio pesa menos. A nossa expectativa é convencer os transportadores de carga seca”, diz o executivo.

De acordo com dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), o setor de extrudados fechou 2012 com 12% de participação do setor de transportes, 16% de bens de consumo (principalmente linha branca, bicicletas, escadas, entre outros) e o restante para construção civil.

Perspectivas

Como os perfis de alumínio costumam entrar na fase de acabamento de obras, Silva afirma que a empresa ainda está colhendo os frutos do boom imobiliário vivido pelo mercado brasileiro. “Não temos sentido desaceleração da demanda”, diz o executivo. Com a nova prensa, a capacidade de produção da Sapa aumentará de 20 mil toneladas anuais para mais de 30 mil toneladas já em 2014.

“Temos eventos importantes pela frente. A expectativa é que as obras de infraestrutura contribuam para nossa demanda”, destaca Silva. O executivo afirma que, no estádio do Maracanã, foram utilizados perfis da Sapa.

No entanto, as empresas brasileiras do setor têm enfrentado um problema real, a chamada desindustrialização da cadeia de alumínio primário. A atividade é responsável por uma das maiores demandas de energia do País e, como o insumo custa mais caro que em outros países do mundo, a produção está patinando.

“O alto custo da energia é uma realidade no Brasil. Se não tivermos capacidade própria para produção do metal nos próximos anos, teremos que importar alumínio primário e ficar a mercê da importação”, diz Silva. O executivo destaca, no entanto, que a Sapa é menos dependente de tarugos (matéria-prima de extrudados), pois possui uma unidade de reciclagem. “Nossa capacidade de reciclar os produtos é de 18 mil toneladas por ano. Temos esse diferencial”, ressalta Silva.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria