Os investimentos visam a eliminar gargalos e permitirão movimentar cerca de 11,5 milhões de toneladas de cargas para a hidrovia, o que representa o dobro da movimentação de hoje, que é de seis milhões de toneladas. Além disto, o aumento no uso da hidrovia irá gerar, por consequência, menor emissão de poluentes e redução no número de acidentes em rodovias.
Especialistas em logística apontam o transporte hidroviário como o mais limpo e barato. A cada mil toneladas transportadas por quilômetro, são gastos apenas quatro litros de combustíveis. O consumo aumenta para seis litros quando o modal utilizado é o ferroviário. E sobe para 15 litros quando os caminhões fazem o transporte da carga.
Os documentos assinados ontem preveem obras no Canal do Anhembi, a ampliação do vão da ponte ferroviária Ayrosa Galvão e a execução das obras de dragagens para desassoreamento do canal de navegação, no trecho entre os quilômetros 72 e 89 reservatório de Barra Bonita. Além disso, também estão previstas a execução das obras do atracadouro de espera da eclusa de Bariri, a proteção de pilar na ponte SP-595 e a dragagem do Canal sob a ponte SP-425.
Os investimentos que serão aplicados pelo Governo Federal representam o principal repasse de recursos na área de transporte hidroviário no País. A intenção é garantir maior segurança e confiabilidade na utilização dos rios para o transporte de mercadorias.
O ministro dos Transportes, César Borges, destacou os benefícios dos investimentos na hidrovia Tietê-Paraná. “Nós vamos fazer essa interligação logística de forma a diminuir o custo do frete e a fazer mais rápido esse transporte. É o Brasil se modernizando por meio dos modais mais adequados para o transporte de carga: hidroviário e ferroviário”, assegurou.
No pacote de investimentos, R$ 900 milhões são provenientes do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), e R$ 600 milhões do governo estadual.
Tietê-paraná
A Hidrovia Tietê-Paraná atende regiões de Goiás, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Sua extensão navegável chega a 2,4 mil quilômetros. Destes, apenas 800 quilômetros estão na área paulista, a mais industrializada e desenvolvida do País e que abriga o maior porto da América do Sul.
Grande parte das cargas que vêm para Santos é embarcada em São Simão (GO) e desembarcada em Pederneiras (SP). Desse ponto, seguem de trem até o complexo santista.
Com os investimentos aplicados no programa há projeção de incremento nos setores da indústria naval, indústria da construção civil, e em capacitação de fluviários. A melhoria nas operações também facilitará o transporte de cargas até o Porto de Santos.
O Brasil conta com 42 mil quilômetros de vias navegáveis. Por elas, 40 milhões de toneladas são transportadas todos os anos.
Fonte: A Tribuna